De sol a sol, a doer,
tudo dei ao pátrio chão,
para depois mal haver
a miséria por quinhão.
Vivi tempos proibidos.
Na prisão, a Liberdade.
A fome dos ofendidos
era de pão e verdade.
O assombro, a cada esquina,
fustigava, delator.
Os protestos, em surdina,
sufocados de amargor.
A tirania pesava.
E uma angústia tão doída
só a custo soletrava
uma promessa de vida!
O verbo era clandestino.
E, sobre a noite cerrada,
erguia a luz dum destino,
numa promessa jurada.
Falava de paz, na guerra…
De justiça, na opressão…
E da terra, nossa terra,
toda um milagre de pão!
Pão por todos repartido,
conforme a necessidade.
Conquistado e merecido
no suor da dignidade.
José-Augusto de Carvalho
27 de Fevereiro de 2000.
Viana * Évora * Portugal
Migrando para este novo espaço.
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Até sempre!
José-Augusto de Carvalho