segunda-feira, 22 de abril de 2013

24 - CURIOSIDADES * Perplexidade

Revisitando alguns papeis dispersos, encontrei uma «letra» escrita a pedido, em 12 de Outubro de 1999.
A pessoa que ma pediu, depois de lê-la e dizer-me estar conforme desejava, perguntou quanto me devia. Claro que lhe respondi ser o texto uma oferta. 
Até hoje, nunca soube o motivo por que a «letra» não terá cumprido o seu objectivo: ser cantada. Evidentemente que esta minha interrogação é de somenos. 
A «letra», que deixo aqui, pretende ser uma homenagem a Amália Rodrigues. Do seu mérito ou demérito ajuizará quem a ler. 



Foto Internet


EM LOUVOR DE AMÁLIA


Esta Lágrima sentida
é toda, no seu doer,
a Estranha forma de vida
sofrida do meu viver.


De Barco negro cativa,
chorando pelo meu cais,
ando na vida à deriva,
na fúria dos vendavais.


Num canto de primavera,
Foi Deus quem me disse: voa!
E depois me quis Severa
numa tela de Malhoa.


Foi Deus que me quis mulher,
tentação e desvario,
lavada do que quiser,
nas águas de um qualquer rio.


Que Deus me perdoe na hora
em que tudo se resume
a ser ou não ser aurora
de amor e cor e perfume.



Viana*Évora, 12/10/1999.
Até sempre!
José-Augusto de Carvalho