domingo, 29 de novembro de 2009

12- GABRIEL VIVE! * Panorama



Cultivo tantos eus no sacro chão de mim!
E, tantos, são um só, em êxtases dispersos…
Farpelas de burel ou mantos de cetim,
são peregrinos de alma os ecos dos meus versos.

A ventania açoita os caules indefesos…
Regela, em agressões, o tempo de invernia…
Meus ombros, de cansaço exaustos, sob os pesos
que escurecendo vão promessas de áureo dia…

O tempo da colheita é tempo sazonado.
Semente germinada, ousada na raiz,
incerto, o caule tenro em haste transformado,
abraça, sem pudor, as ervas dos adis.

No topo, assoma, verde e tímido, o botão…
Cumprido o ciclo, a flor perfumará meu chão?


José-Augusto de Carvalho
7 de agosto de 2004
Viana do Alentejo * Évora * Portugal
Migrando para este novo espaço.

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José-Augusto de Carvalho