quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

30 - NA ESTRADA DE DAMASCO * Trova da Estrada de Damasco



Damasco tem uma estrada,
uma estrada que porfia
ser, em cada caminhada,
o raiar de um novo dia.

Pode haver outras estradas,
mas em mais nenhuma existe
o vestígio das pegadas
que ao tempo vário resiste.

No além do tempo sem fim,
quando não houver mais nada,
ainda a voz de Caim

há-de gritar, condenada:
para me salvar de mim,
Damasco tem uma estrada.

José-Augusto de Carvalho
20 de Agosto de 2006.
Viana *Évora*Portugal

sábado, 6 de fevereiro de 2010

02 - POSIÇÃO * Em tempo de ponderação - 1


Em tempo de ponderação desta minha caminhada de muitos versos, é urgente separar o trigo do joio. Dizia o grande poeta espanhol António Machado, andaluz de Sevilha, que o caminho se faz caminhando. Ciente desta grande verdade, não será republicável muito do publiquei, exactamente porque o caminho de hoje é diferente do caminho de ontem. O caminho, sempre em construção, exige outras alternativas, algumas derivadas de alternativas antigas, outras encontradas na transformação dos
 tempos e dos modos do ser e do estar.

Com «A instante nudez», 2005, iniciei a segunda fase de uma perspectiva editorial. Seguiu-se-lhe «Da humana condição», 2008, e, em 2009, «Do Mar e de Nós» e «O meu cancioneiro». «O Alentejo não tem sombra...» aguarda publicação.


Pretendo, agora, construir «Esta lira de mim!...», repescando, inclusive, alguns textos antigos, estes depois de submetidos ao meu olhar do presente.


Paralelamente, prossegue a aventura inciada em 2002 com «Nós Poesia». Também a colaboração em antologias, iniciada em «Poetas Alentejanos do Sécilo XX», de 1984, será sempre uma possibilidade.

Até sempre!

José-Augusto de Carvalho

Viana*Évora*Portugal