terça-feira, 24 de novembro de 2009

31 - NOTAS DE VIAGEM * 8 - Don Ramón

Na Guerra (dita) Civil de Espanha - Miliciano

 

Ensaiava os primeiros passos, incertos e perplexos.
Era o começo da jornada.
Na berma do caminho, jazia, sufocada, a Liberdade.
Ao longe, na Espanha ensanguentada,
Guernica esperava pelo talento de Pablo Picasso…
Federico tombava, assassinado,
porque Granada tem dois rios:
um de pranto
e um de sangue...
Dolores gritava: No Pasarán!
Mas eles passaram e a Espanha ficou viúva.
Don Ramón andou comigo ao colo.
Aqui encontrou guarida e pão sem sabor a sangue.
Don Ramón, perdoa aquele menino
que não guardou na memória
a imagem do teu rosto macerado.
Obrigado, Don Ramón, porque gravaste em meu peito,
com tinta de lágrimas,
o coração ferido da tua amada Espanha.

José-Augusto de Carvalho
14 de Dezembro de 2005.
Viana do Alentejo * Évora * Portugal

***
Don Ramón

Ensayaba los primeros pasos, inciertos e perplejos.

Era el comienzo de la jornada.
Nn el borde del camino, yacía, sufocada, la libertad.
A lo lejos, en la España ensangrentada,
Guernica esperaba el talendo de Pablo Picasso...
Federico se desplomaba, asesinado,
porque Granada tiene dos rios:
uno de llanto
e otro de sangre.
Dolores gritaba: ¡No pasarán!
Pero ellos pasaron y España se quedó viuda.
Don Ramón ando conmigo en sus brazos.
Aqui encontró guarida y pan sin sabor a sangre.
Don Ramón, perdona a aquel niño
que no guardó en la memoria
la imagen de tu rostro macerado.
Gracias, Don Ramón, porque grabaste en mi pecho,
con tinta de lágrimas,
el corazón herido de tu amada España.



Francisco Javier Fontalva Chica.
Málaga, España, 11. Abril. 2012

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