sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

12 - GABRIEL VIVE! * Romagem


De tribo em tribo, vou, humilde peregrino.
E tudo em derredor são sombras e armadilhas.
Um bobo impertinente exibe o desatino,
a turba exulta e faz do reles maravilhas...

Medíocre insecto arenga, em sórdido arreganho.
Casaca a condizer, as asas coloridas.
Asneiras que lhe inveja o néscio em seu tamanho.
E aqui não há ninguém que venda insecticidas!...

Humilde sou e humilde eu quero assim manter-me.
Traído o seu intento, verbo foi em vão.
Não é inteligente equiparar-me ao verme.
Humilde, sim, serei, mas sem humilhação.

Paguei o preço até ao último centavo.
Ingénuo, e em dor, senti do fel o amargo travo...


José-Augusto de Carvalho
8 de Junho de 1996.
Viana * Évora * Portugal

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