Matei as pernas e os braços
em caminhos e trabalhos;
cortei laços, atei laços,
desbravei na vida atalhos.
Matei os braços e as pernas;
passei fome, sede e frio;
sonhei as doçuras ternas,
em horas de desvario.
Nas noites de escuro intenso,
que é quando o medo alucina,
embriaguei-me de incenso
e vi-te mulher menina!
Um dia vieste, enfim,
e a luz desceu sobre mim!...
José-Augusto de Carvalho
Lisboa, 15 de Outubro de 1996.
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José-Augusto de Carvalho