O registo desta história
que lhes vou aqui contar
encontrei-o na memória
dum acervo popular.
Era um quadrúpede astuto,
por entre as gentes andando,
de todos o mais enxuto
dos quadrúpedes do bando.
Um dia, alguém lhe assestou
um pontapé no focinho.
Assustado, se empinou,
dorido, a fazer beicinho.
E, assim, bípede ficou,
bendizendo a dor e o dano,
pois, agora, diz: eu sou,
como vocês, ser humano!
Quantos bípedes quejandos
Quantos bípedes quejandos
andam, neste mundo, ufanos,
fazendo crer que seus bandos
são também seres humanos?
José-Augusto de Carvalho
3 de Abril de 2007.
Viana do Alentejo * Évora * Portugal
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