Os mistérios do verbo, imprecisos evolam,
no devir, os sinais --- desencontros e esperas.
Ansiedades de mim que em fogueiras se imolam
e renascem da cinza a florir primaveras.
*
São gorjeios na noite inventando as auroras,
madrigais irisando aguarelas de rimas!
Versos de alma, talvez, segredando-me as horas
em que vens, devagar, e o feitiço sublimas...
*
Foi o mar que te trouxe, embalada nas ondas,
polvilhada de espuma e promessas de sal...
E na barca de mim, à deriva e sem sondas,
naufraguei num ilhéu de pimenta e coral.
*
E os mistérios do verbo, aureolados de espanto,
encontrei-os no enleio em que sou e te canto.
José-Augusto de Carvalho
18-19 de Abril de 2011.
Viana*Évora*Portugal
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José-Augusto de Carvalho