Eu
soube do Brasil na minha meninice,
aqui,
no meu torrão de angústias e de esperas.
A minha
tia-avó, no sol das primaveras,
buscara
longe o sol que vivo lhe sorrisse…
Levou
só orfandade e pranto por bagagem,
Que mais,
madrasta, a pátria amada lhe negou.
Menina
e luto em mar de medo e de coragem,
a pátria
prometida um dia desposou.
E tão
constante foi, menina, o seu amor,
que, pura,
deu à terra amada quanto tinha.
Há
quanto tempo foi? Seja o tempo que for!
Há
sangue brasileiro ainda igual ao meu,
sofrendo
uma saudade ainda igual à minha
de um
tempo que no tempo há muito se perdeu
José-Augusto de
Carvalho
Março de 2004
Viana*Évora*Portugal
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José-Augusto de Carvalho