segunda-feira, 9 de março de 2015

05 - ESTA LIRA DE MIM!... * Divagando




Nas margens do Vouga, a presença termal.
Respiro, no tempo, a memória amarela:
dos ontens distantes, um ténue sinal:
dos hojes, o rosto que a mágoa cinzela.

O vale verdeja. Humidade e suspiros.
A vaga esperança aos enfermos acena.
Veredas descobrem sossego e retiros
lavados de vento, a arfar cantilenas.

Perladas de mágoas, as águas do rio
espumam, noivando, incertezas de sal.
Angústias de ser… o fatal desafio
que tarda em cumprir-se país-Portugal.

Vaivém de marés… na distância adivinho
o pão levedado de alvura de linho.



José-Augusto de Carvalho
3 e 4 de Novembro de 2003.
Várzea, São Pedro do Sul

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