As ruelas de terra batida
ocultaram a minha partida.
O negrume da noite tragou-me,
numa cúmplice fuga.
Uma sombra furtiva e sem nome
que do rosta uma lágrima enxuga.
Em redor, o silêncio pesado
dos malteses de medo e de espanto...
E os rafeiros rosnando ao cajado
que à distância sustém o levanto.
Chego, enfim, à estrada deserta.
Doravante, o caminho é obscuro...
E assim vou, de sentidos alerta...
E assim ando esventrando o Futuro...
José-Augusto de Carvalho
Lisboa, 18 de Março de 1997
Sem comentários:
Enviar um comentário
Procuro ser uma pessoa honesta e reclamo das demais idêntica postura. E porque assim é, não será bem-vindo a este espaço quem divergir desta postura.
Até sempre!
José-Augusto de Carvalho