SONETO A SUL
Espreita-me o sul de qualquer lado;
nem tanto o norte, meu vizinho.
Terão os cardeais de mim suspeitado
que andando faço caminho?
Como o caminhante de Machado,
preso a norte, de raiz, de terra e luz,
é o sul que me traz acorrentado,
que com apenas vê-lo me seduz.
Errante como o vento enquanto dura,
de Ítaca não esperando mais que sê-lo
para a ter por sítio e sepultura
ou então trincheira, muralha, castelo
de guerreiro encarcerado n’armadura,
cuidando o seu destino ao setestrelo.
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Procuro ser uma pessoa honesta e reclamo das demais idêntica postura. E porque assim é, não será bem-vindo a este espaço quem divergir desta postura.
Até sempre!
José-Augusto de Carvalho