A pessoa que ma pediu, depois de lê-la e dizer-me estar conforme desejava, perguntou quanto me devia. Claro que lhe respondi ser o texto uma oferta.
Até hoje, nunca soube o motivo por que a «letra» não terá cumprido o seu objectivo: ser cantada. Evidentemente que esta minha interrogação é de somenos.
A «letra», que deixo aqui, pretende ser uma homenagem a Amália Rodrigues. Do seu mérito ou demérito ajuizará quem a ler.
Foto Internet
EM LOUVOR DE AMÁLIA
Esta Lágrima sentida
é toda, no seu doer,
a Estranha forma de vida
sofrida do meu viver.
De Barco negro cativa,
chorando pelo meu cais,
ando na vida à deriva,
na fúria dos vendavais.
Num canto de primavera,
Foi Deus quem me disse: voa!
E depois me quis Severa
numa tela de Malhoa.
Foi Deus que me quis mulher,
tentação e desvario,
lavada do que quiser,
nas águas de um qualquer rio.
Que Deus me perdoe na hora
em que tudo se resume
a ser ou não ser aurora
de amor e cor e perfume.
Viana*Évora, 12/10/1999.
Até sempre!
José-Augusto de Carvalho
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Até sempre!
José-Augusto de Carvalho