(Última Ceia, de Leonardo da Vinci)
Que manto de silêncio assim te esconde,
perdida sob névoa e banimento?
Já nem o eco à minha voz responde!
Até te silencia a voz do vento!
A boa nova, espanto e maravilha,
aos outros que ficaram, tu levaste.
Eleita, confirmaste, na partilha,
a força da raiz na frágil haste.
O turbilhão dos tempos te tragou.
Das trevas sem registo e sem memória,
a lenda que o sem tempo deslumbrou
no todo o sempre escreve a tua história.
Na tela onde o pintor te quis dilecta,
eu vivo a minha angústia de poeta.
José-Augusto de Carvalho
26 de Dezembro de 2011.
Viana*Évora*Portugal
sabes a comoção que nos toma num cinema quando vemos um filme com conteúdo, muito à imaginação, em que o trabalho de todas as equipas é uno? O filme acaba e quedamos na cadeira, fitando agora o nada que afinal é tanto que o filme nos deu ou quando perante uma árvore bela e forte vemos a escultura viva que contém?
ResponderEliminarEmoções similares a esta que sinto. E já li e reli e reli...pausadamente. Cristalino, puro e forte como a água na nascente alta da serra.
Beijos amigo meu.